20 setembro, 2025

Glass Heart "Coração de Vidro" e a energia contagiante da banda TENBLANK

Oi pessoal, Emily aqui. Desde 2017 não dou as caras, embora tenha prometido, em meu último texto, voltar aqui para fazer resenhas e trazer dicas de dramas asiáticos. Em momento oportuno conto tudo o que aconteceu nessa quase uma década. Porém, hoje vim falar de um dorama (japonês mesmo, sendo que esse é, originalmente, um termo japonês) a que assisti recentemente. E seu nome é Glass Heart, Coração de Vidro, disponível na Netflix.


O dorama tem 10 episódios, cada um com duração média de 40 minutos. Achei a sinopse da plataforma bastante genérica, quase ao ponto de não despertar interesse (ao menos, no aplicativo para celular é assim), então decidi traduzir a que o My Drama List traz em inglês:

Saijo Akane, uma baterista que foi expulsa de sua banda pouco antes de sua estreia, é inesperadamente escolhida por Fujitani Naoki, um músico recluso e brilhante, para se juntar à sua nova banda, TENBLANK, cujos demais membros são o guitarrista Takaoka Sho e o tecladista Sakamoto Kazushi. O grupo ganha fama por meio das composições distintas de Fujitani, o vocalista, e suas performances eletrizantes. À medida que TENBLANK chega ao estrelato, eles enfrentam inúmeros desafios e a jornada de Akane, da obscuridade aos holofotes, prossegue à medida que os segredos de Fujitani emergem. A banda resistirá à tempestade? E para onde o coração de Akane a levará? (Fonte: Netflix) ~~ Adaptado do romance "Coração de Vidro" (グラスハート) de Wakagi Mio (若木未生).

Na verdade, descobri esse dorama muito por acaso. A Netflix Brasil não divulgou de nenhuma forma, o que é um absurdo. Mas como meus gostos para séries e filmes na plataforma sempre passa pelos japoneses, obviamente coloquei em minha lista assim que vi o trailer, mas não pude assistir quando lançou. Gosto quando doramas não parecem mais do mesmo, e adoro musicais! Então fui cativada rapidamente. Aliás, quando vi os primeiros minutos do primeiro episódio, já me apaixonei. 


Elenco principal

Elenco principal



Elenco de apoio

Estou simplesmente parada em Glass Heart. Sabem quando aquela depressão profunda nos atinge após o fim de um dorama excepcional (a famosa DPD) que nos paralisa e não conseguimos assistir outra coisa ou ouvir uma música que não seja da OST? Pois é, sou eu agora. Só de escrever esse texto, já estou me corroendo de vontade de rever. Tá difícil... preciso de algum outro muito bom para conseguir superar. Learnig to Love, maybe? Uma amiga indicou, acho que vou nesse. Ou Marry My Husband - Japan, também protagonizado pelo Takeru.

Mas chega de lero lero e vamos ao que interessa. 

Se vocês estão querendo algo para assistir que seja bem leve, descontraído e com muita música japonesa boa, deem uma chance para Coração de Vidro. Embalado por uma vasta trilha sonora praticamente toda da banda fictícia TENBLANK, seguimos a jornada de Saijo Akane para se tornar uma baterista de sucesso - ou melhor, conseguir mostrar seu potencial ao mundo. Porém, nossa protagonista não é recrutada por nenhuma banda desde que foi expulsa há três anos. Quando está a ponto de desistir da música que tanto ama, trabalhar regularmente com sua mãe em seu restaurante e se dedicar aos estudos, Fujitani Naoki, um gênio recluso, longe dos holofotes desde que sofreu uma acidente no palco, aparece em sua vida, com uma banda que precisa de baterista. E assim, ela é recrutada para a banda que é originalmente uma ideia de Takaoka Sho, famoso guitarrista. 

No começo, Akane não é muito bem quista pelo público, nem pelo tecladista da banda, Sakamoto Kazushi, nem pela empresária Kai Miyako, nem por algumas outras pessoas da indústria musical. Mas ela segue firme em seu propósito de provar seu valor e, com muito foco e determinação, ensaiando sem parar, ela consegue chegar lá. E vai conquistando um por um dos que duvidavam dela no processo. 

É claro que tem algum romance e, como em muitos doramas, um triângulo amoroso. Mas, no caso de Glass Heart, é apenas a "cereja do bolo". A certa altura, nossa mocinha se vê apaixonada por Naoki, enquanto o tecladista acaba por se apaixonar por ela. Contudo, o vínculo dos três - e do Sho - é tão forte, eles são tão unidos pela música e tão inseparáveis como banda que esses sentimentos cruzados não são impedimento para cada um dar seu melhor pela TENBLANK. Obviamente, há um desfecho para esse impasse e em certo momento deixa de haver um triângulo amoroso, mas como e quando isso acontece... Só assistindo para saber.


Eu não me lembro de ter visto um dorama tão musical em todos os meus 15 anos de dorameira (aqui me refiro à teledramaturgia asiática como um todo, especialmente Japão, Coreia do Sul e China). E quando falo musical, não é como aqueles musicais que volta e meia vemos no cinema ocidental, com falas cantadas e músicas aleatórias. Não é isso, embora não haja demérito nesse tipo de musical. O que quero dizer é que o dorama todo é envolto no repertório de uma banda fictícia, mas que bem podia ser real (e de certa forma é, já que tem até o próprio perfil oficial no Spotify). Ah, e vale dizer que essa banda fictícia toca e canta de verdade, não é playback, dublagem, nada! Embora não sejam músicos profissionais, todos os quatro aprenderam diligentemente as funções que exerceram no drama. Houve compositores para as canções da TENBLANK, principalmente o Noda Yojiro, vocalista do aclamado grupo de rock japonês Radwimps. Porém o executar foi do quarteto. Se quiserem conferir o "ao vivo" deles, a Netfliz fez uma live no youtube

Não posso me esquecer de falar do Toya, vocalista da banda rival, OVER CHROME. Desde o início, ele e Naoki demonstram ter uma relação complexa e confusa. E depois de alguns episódios, descobrimos que o que os separa e os une, numa mescla de amor e ódio, é algo muito mais profundo que uma simples rivalidade musical. E quando decidem cantar juntos, um dando suporte ao outro, são melhores do que quando disputam entre si. 

Por fim, posso dizer que esse não é um daqueles doramas profundos, que mergulham na história de cada personagem e mostram intrigas e reviravoltas. Embora conheçamos detalhes importantes de Akane, como sua mãe solteira, o incentivo que ela dava a filha enquanto baterista, o restaurante, a faculdade, etc, e alguns breves detalhes da vida dos demais integrantes da banda, dá pra perceber nitidamente que o real protagonismo é da banda. E isso é bom, envolvente. Ouvir músicas completas, ver os ensaios exaustivos, poder quase vivenciar a experiência de presenciar a composição de melodia e letra é ímpar. Em alguns momentos, sentimos que estamos em um show ao vivo. Minha mãe me perguntou, um dia em que assistia um episódio antes do jantar, se eu estava assistindo um programa de música, e ficou admirada quanto eu disse que era só um drama. 

Minhas duas músicas favoritas são as seguintes:



Glass Heart foi co-produzido por Sato Takeru, que dá vida ao Fujitani Naoki. Foi seu primeiro projeto como produtor executivo. 




Com informações da revista digital Variety e sites/blogs de resenhas, além de fontes previamente citadas.

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